Apaixonado pela vida,
sinto o cheiro da paixão.
Com sofreguidão
livro-me da tristeza com uma despedida!
Mel resplandecente
ofusca meus olhos,
me invade os poros,
me torna dependente.
Me transporto para ti,
invado o seu coração.
Uma certa aflição:
Dele não quero sair.
Frio da noite
sobre os lençóis.
Calor da paixão
sobre nós.
Teu beijo me prende,
minha mão te navega,
lascívia cega
transcende!
Braços entrelaçados,
corpos em atrito,
suores aflitos,
desejos Extasiados!
Mordidas da possessão,
gemidos desembaraçados.
Prazeres ávidos
espalham-se pelo colchão.
Coração quase a surtar
à incerteza se entrega.
Infelicidade cega,
por favor não volte a enxergar!
sábado, 27 de maio de 2006
quarta-feira, 17 de maio de 2006
O Grande Velho Jovem

O velho descansou.
Apenas a sua idade era velha,
nada mais.
Vitalidade invejada por muitos,
e força,
e garra,
e força.
A vida não lhe era monótona,
nem cansativa;
era um desafio diário
sempre vencido!
Oh, Velho jovem...
Grande velho jovem!
Deixaste na lembrança
dos teus queridos
o teu infindo carisma e
o teu semblante guerreiro.
Choram teus parentes,
teus amigos,
teus animais,
tua terra;
mas nela nascem novas flores:
flores seguidoras de ti.
Borboletas misturam-se
por entre o teu campo.
Espalham a notícia triste
da tua ida.
Mas a chuva,
presente divino,
vem à terra
consolar todos que nela vivem:
pois o Grande Velho Jovem
está proseando com Ele,
o senhor dos céus.
Está dividindo a sua força
com todos os anjos.
O Grande Velho Jovem
lembra-me a Velha Dadinha,
que se foi aos cem.
Ele se foi aos oitenta e nove,
mas também nos legou
a sua fantástica experiência vital.
Agora
O Grande Velho Jovem,
vivo em memórias e corações,
olha atento lá de cima
com seus ágeis miúdos olhos.
Deus necessitava da força,
da sabedoria,
da coragem,
da felicidade
e da vitalidade
do Grande Velho Jovem.
E assim chamou-o para mais perto d’Ele:
Para se emocionar
com a história de vida
do Grande Velho Jovem
eternamente!
Para o meu eterno avô, Francisco dos Santos das Virgens *29/01/1917 – 12/05/2006
Foto do cabeçalho tirada no meu aniversário - 21/01/2006
sexta-feira, 5 de maio de 2006
Erosão precoce
Certo dia desses, passei numa construtora e vi um anúncio bastante chamativo: “O seu sonho pode se tornar realidade! Depende apenas de você! Faça o seu pedido e terá o seu amor construído em alguns dias!”. Me animei e fiz o pedido. Dentro de algumas horas o alicerce começou a ser construído. Estava tão extasiado e feliz que nem percebi a rapidez com que a construção se efetivava. Alguns dias após, o chão e as paredes do nosso amor estavam quase construídos. Mais alguns dias, e o nosso amor estava quase pronto. Faltava apenas o reboco e a pintura, que foram logo providenciados pelos teus olhos. E finalmente a construção se finalizou. Como era forte aquele imóvel, como era lindo, como era fantasioso! Tudo indicava que aquela construção perduraria por anos, vencendo infinidades de condições adversas temporais. Porém, em alguns meses, o amor começou a apresentar sinais de fragilidade. O telhado rachou, as paredes tremeram, as colunas ameaçaram desabar. Após uma forte tempestade, causada por uma espessa nuvem negra, uma parte do nosso amor se desintegrou, deixando a outra parte exposta a outras tempestades seguintes. Tentamos salvar a outra parte e reconstruir o que foi destruído. Em vão. Algo precisava ser feito. E foi. Derramamos nossas inflamáveis lágrimas sobre o chão e pusemos fogo em tudo. O amor implodiu. Restou apenas a fumaça e a fuligem, estas ficaram presas ao passado. Nosso lar morreu. Nosso canto de onde admirávamos o céu, de onde a lua era mais cheia e mais linda, de onde as estrelas nos sorriam, de onde as juras apaixonadas não eram tímidas, de onde um dia nos amamos. Hoje, visão da inércia.
Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada...
Era uma casa muito engraçada, não tinha teto, não tinha nada...
Assinar:
Postagens (Atom)