sexta-feira, 21 de abril de 2006

Queda e apogeu

Noite estrelada,
enluarada,
clara.

Pára:
Olha o céu,
mente consternada.

Triste,
desaba,
degringola,
desmorona,
rui-se em pedaços.

Súbitos passos
metafóricos,
ilusórios.

Auditório em peso
assiste de pé
sua sentença.

Pensa:
São usurpadores
da minha utópica liberdade.

Reprimida saudade,
pirolisada,
finda.

Vinda
de uma nova perspectiva
a florescer.

Padecer,
e putrefar,
e perecer.

Convalescer:
Eis a nova esfera
no futuro de um novo ser!

quinta-feira, 13 de abril de 2006

Simbiose

União do meu nada
com o teu tudo:
Deu em nada.
Para onde foi o teu tudo?
Nos roubaram?
Ou dissipou-se pelo ar?
Questionar:
Eis a questão
do infinito saber.
Ou não sei nada?
Não sei...
Tive tudo por um período
relativamente curto,
porém intenso tudo
enquanto existente.
Tudo inexistente
atualmente,
ou nada existente?
Eis a questão
do infinito não-saber!

terça-feira, 4 de abril de 2006

Texto louco sobre a Diaba Colonial

Em alguma casa nos tempos do Brasil-colônia...

Saia já daqui
vil meretrícula!
Não mereces uma só gota
do meu liquido vital!
Não engula!
Não engula teu mísero choro
e tuas dissimuladas lágrimas.
Chores tu, infame!
Mas não umedeça os lençóis
em que sobre eles um dia, vi teu sangue se derramar!
Não molhes o chão do meu lar,
chores na rua, sórdida!
Mas lembre-se de cobrir esse teu abjeto corpo.
Inepta! Quadrúpede indócil!
Saia já daqui!
Volta à rua,
volta à meretrícia,
que é teu lugar,
lenda da inocência!
Diaba inconteste!
Tua pérfida sutileza é um convite à mais ignóbil torpeza!