domingo, 19 de fevereiro de 2006

A vítima de um crime imperfeito

Entreguei meu coração em tuas mãos.
Confiei em ti.
Fingiste dar amor a ele,
e no entanto o mataste,
e o jogaste em um matagal qualquer.

Suplico-te meu coração de volta.
Mesmo morto
e sem sentimentos.
Mas o aceitarei
como quem abre os braços em busca da felicidade,
para outrem repetir o mesmo ato.

Por mais vezes que ele morra,
nunca se cansará de morrer por amor.
Já morreu quase sete vezes,
mas gato ele não é.
É como a vida:
imortal!

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2006

Seca ou A visão do oásis de mentira

Deserto,
calor,
sede.

Necessidade,
impulso,
desejo.

Em tua boca vi um oásis.
Laranja madura
no meio da estrada
até o santo desconfia!

Santo não sou,
não desconfiei,
nem santo me tornei.

Tentei matar a minha sede
com a tua água salgada e pouca.
Sede se mata com a água,
mas não com a água da tua boca!

domingo, 5 de fevereiro de 2006

2 Pi

O mundo dá voltas,
Voltas o mundo dá.
O mundo é quem dá voltas.
Mas o sujeito na história sou eu
e não importa o que dirão os gramáticos.
Não sou oculto, indeterminado nem inexistente;
Sou simples.
Mas fomos compostos há um tempo atrás.
Você se cansou de dividir a mesma função na sentença
e agora foi-se embora para obter uma semântica diferente
Somos diferentes,
mas fomos iguais,
fomos um pronome,
fomos um só
sujeito.
E o mundo continua a dar voltas,
e eu ainda continuo sendo o sujeito na história,
e não importa o que dirão os gramáticos.

sábado, 4 de fevereiro de 2006

Paixões e velhice

Não me apaixonarei mais! Já ouviram falar que é fundamental ter cuidados com o coração na juventude? Pois é, quero envelhecer bem. Paixões intensas e fulminantes são altamente prejudiciais: Causam taquicardia, aumento da pressão arterial, stress, vasoconstrição, aumento da concentração de Nor-adrenalina e adrenalina no sangue, tristeza e dependendo da intensidade podem causar também depressão. Paixão é coisa séria!
PS: Acho que eu ainda não aprendi que o coração é um órgão de função involuntária... (Risos)